COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA EM FORTALEZA: UM ENFOQUE PARA CRIANÇAS NA RUA EM SITUAÇÃO DE RISCO

14/02/2011 10:45

DOUTORANDA: MARINILA CALDERARO MUNGUBA MACEDO

STATUS: EM ANDAMENTO

 

A violência sobre crianças é identificada desde os primórdios da trajetória humana com suas mais variadas expressões.Dentre suas definições, a Organização Mundial da Saúde coloca-a como o uso intencional de força ou poder, através de ameaça ou agressão real, contra si mesmo, outra pessoa, contra um grupo, comunidade, com grande probabilidade de resultar em ferimentos, morte, prejuízos psicológicos, problemas de desenvolvimento ou privação.A violência intencional sobre a população infantil ocasiona consequências física, sexual, comportamental, psicológica, emocional e cognitiva, portanto interferindo em seu crescimento e desenvolvimento. Tem ainda o agravante de poder fazer das vítimas futuros agressores, caracterizando o complexo ciclo gerado pela violência.Esta pode ter origem Estrutural e Cultural. Estrutural quando é oriunda da desigualdade social da distribuição da riqueza, refletindo na vida das crianças. Cultural, quando presente nas relações de dominação entre grupos. No plano internacional e nacional, a violência é vista não só como uma questão social, mas também de saúde pública. Mundialmente é reconhecida como violação de direitos. Quaisquer das aproximações que se faça da violência devem ser focados os direitos humanos e sociais, da perspectiva jurídica e ética moral e legal.

É notório o fato de que milhões de crianças em todo o mundo são expostas à violência em suas residências. Causa indignação a aceitação da violência pela sociedade, como inevitável e normal.A Organização Mundial da Saúde coloca a sua indignação pelo fato da violência ser aceita pela sociedade, como inevitável e normal, quando em todo o mundo são expostas à violência em suas residências.O Brasil deu um relevante passo na direção de não aceitar a violência contra a criança como normal, instituindo a Lei Federal N0 8.069/90. Trata-se do Estatuto da Criança e do Adolescente, constante de normas, dispositivos e  políticas criadas para proteger de maneira ampla e absoluta crianças do Brasil.Justifica-se o presente Estudo, por fornecer subsídios estatísticos para um diagnóstico local e focalizado da realidade da violência, consequentemente disponibilizar à opinião pública e às autoridades insumos que permitam focalizar melhor sua atuação em torno do tema que o estudo aborda.Seus objetivos pretendem construir o perfil epidemiológico da violência relacionada às crianças que estão em situação de risco. Propondo-se a identificar o contexto de violência a que essas crianças estão submetidas; aspectos de seu comportamento delituoso; a relação destas crianças com a família e com equipamentos especializados no acompanhamento desse público.O método preconiza conduzir um estudo epidemiológico, de campo, exploratório-descritivo e analítico transversal, no período de abril de 2010 a agosto de 2011, em Fortaleza, Estado do Ceará. A amostra aleatória se constituirá por 500 crianças de 5 a 14 anos incompletos, de ambos os sexos que permanecem nos sinais de trânsito e terminais de ônibus.Os dados primários serão levantados a partir de pesquisa de campo utilizando entrevista estruturada seguindo roteiro estabelecido de acordo com formulário. Os dados serão tratados por meio do Software PASW Statistics (SPSS).